Treinamento com Shina

Treinamento Com Shina

Com as guerras frequentes e sempre ameaçando o santuário, o número de desertores cresciam rapidamente. Antigamente o santuário não dava valor aos desertores, afinal, servir à deusa era considerado uma honra e não um dever; porém hoje, após tantas baixas, e tantas deserções o número de defensores de Athena minguava a cada novo raiar de Sol. Pensando em fortalecer as defesas contra novos ataques, o então mestre do Santuário adotou políticas protecionistas.

‘Todo aquele que abandonar o santuário sem se reportar aos superiores, e deste ficar ausente pelo período de 3 dias; será considerado um desertor da causa de Athena. Todo desertor que retornar ao santuário, será considerado um inimigo, e como tal, será tratado.’

Blazer, um dos mais fiéis cavaleiros de Athena, e também tido como o mais justo em seus julgamentos entre todos os cavaleiros, à priori havia sido contra as novas regras; mas, após ver as forças do santuário reduzirem à cerca de trinta por cento de sua capacidade, começava à considerá-las como sendo o correto à se fazer.

E, nesta tarde ensolarada, Blazer havia recebido uma carta do Grande Mestre, com uma notícia que, ao mesmo tempo colocava em cheque sua lealdade ao mestre, sua capacidade de julgamentos e suas opniões pessoais.

“Blazer de Escorpião,
É sabido que Shina de Cobra deixou o santuário 4 dias atrás. Ninguém tem notícias de seu paradeiro desde então.
É também sabido que as forças de Hades crescem à cada dia, e, pior do que isso, angaria forças nossas para alimentar sua legião. Por isso, gostaria que, ninguém menos que você, procurasse por Shina e trouxesse-a à julgamento.
Shina é declarada à partir de hoje como inimiga do Santuário, e, caso demonstre resistência, o uso da força está liberado.”

A armadura de Blazer brilhava com o sol de fim de tarde da Grécia. Seus cabelos azulados tornavam-se quase roxos com a luz avermelhada do sol. Seus passos eram firmes e decididos, já havia passado por todas as outras casas e todos cavaleiros confirmaram não ter notícias de Shina.

-Então é isso.... Agora até mesmo nossos antigos companheiros são inimigos... Tempos loucos estes....

A lua já dividia o céu juntamente com os últimos raios de sol quando Blazer atravessou o último portão dos santuário que o separava dos bosques o cercavam.


hina abriu os olhos e se deparou com poucos raios de luz que teimavam em passar pela copas densas das árvores do bosque. Seu corpo todo doía e não sabia precisar por quanto tempo havia permanecido inconsciente naquele local. A primeira coisa que sentiu foi dor, o que a fez levar a mão atrás da cabeça, para sentir que havia um pouco de sangue empapado, emaranhando seus cabelos. Depois, sentiu sede, muita sede.

Tirou as folhagens de cima de seu corpo, levantando-se. Tudo doía, urgindo por descanso e provisões.

Sabia também, que se voltasse para o Santuário seria difícil explicar seu desaparecimento súbito, ainda mais porque provavelmente seria tratada como desertora de acordo com as novas regras que o Grande Mestre havia implantado.

Se Shina não havia retornado até então, possivelmente seria vista como uma espiã de Hades ou até mesmo uma traidora lutando pelo senhor do Submudo.
De qualquer forma, tentaria explicar o que havia acontecido, tentando retornar ao local onde realmente pertencia depois que tivesse condições de se provar inocente. Tinha certeza que possivelmente seria punida por ter se ausentado sem comunicar seus superiores... Mas não contava que seria interceptada e vergonhosamente derrotada por forças inimigas.

Caminhou ainda se sentindo zonza, até a beira de um riacho.

Abaixou-se retirando sua máscara, fazendo de suas mãos conchas para que tomasse daquela água limpa e fresca, renovando suas energias para que conseguisse se manter até encontrar um local para reestabelecer-se. Preencheu um pequeno cantil que deixou preso à cintura, junto de sua faixa.

A cabeça ainda doía e seu estômago jazia vazio a dias, mas a vontade de estar em sua casa a motivou a iniciar sua busca pelo espectro tão logo refrescou-se naquelas águas. Precisava provar sua inocência antes de retornar ao seu desejado lar.


Blazer não sabia ao certo por onde começar sua busca. Um desertor com certeza tentaria se afastar ao máximo do santuário, mas teria sempre que tomar as rotas pelo bosque, evitando assim as estradas.


-Sendo um desertor, provavelmente eu seguiria o caminho próximo aos Rios. Assim teria água e comida para me manter enquanto afasto do Santuário... É isso! Acho que é um bom local para começar...

Rápido como um raio, Blazer cortava o bosque em direção ao Riacho que corria próximo ao Santuário. Seria como procurar uma agulha no palheiro, mas agora, pelo menos, Blazer tinha um ponto de partida. Não demorou para que pudesse escutar o som da água correndo entre as pedras do Riacho, e, antes mesmo que o sol se pusesse por completo, Blazer havia encontrado a nascente do pequeno rio.

-Droga... Nem sinal da Shina... Sem folhas e ou galhos que indicassem que alguém houvesse passado por aqui, e tão pouco posso sentir seu cosmo!

Blazer abaixou-se junto ao rio para beber um pouco da água cristalina do Riacho, e foi quando conseguiu observar; distante dali um vulto humano refletia na água do rio e seu vulto bruxuleava na escuridão que começava à se formar entre as árvores. Silenciosamente Blazer se levantou e andou alguns passos para mais próximo da imagem. A imagem agora era clara. Com certeza a figura do outro lado do rio, de costas para Blazer enquanto bebia água, era Shina.

- Shina de Cobra! - A voz de Blazer era firme e autoritária, e sem que mais palavras fossem ditas, passava a impressão de exigir uma explicação.




(quero usar meu xp e dinheiro x5)

600/500

Treinamento Com Shina
Parte 2

Ouvir seu nome ecoando no meio do nada não era nada agradável. Ainda mais vindo de uma voz conhecida e pouco amigável... Blazer de Escorpião.

Shina o conhecia muito pouco, mas sabia que ele era bastante inflexível e não veria com bons olhos qualquer tentativa de explicação que partisse dela. Correu para longe daquela voz o mais rápido que podia:


-Mas que droga... Só agora o Grande Mestre mandou um de seus cães de guarda atrás de mim? Maldito seja, Blazer de Escorpião!

Seguiu floresta adentro, tentando esquivar-se do cavaleiro que já demonstrava em sua voz estar ávido por um combate. Shina não tinha tempo a perder para convencê-lo de sua inocência, deveria antes conseguir algo palpável e incontestável provando sua inocência. Precisava alertar Athena trazendo consigo algo que fizessem crer nela e não nos outros que já estavam infiltrados no Santuário.

Blazer assim como os outros cavaleiros de ouro era conhecido por terem a capacidade de se moverem na velocidade do som; e não somente isso, Blazer ainda era apontado como um dos mais rápidos cavaleiros entre os dourados. Ver Shina correndo e se afastando dele, era apenas um indício da culpa da Amazona em algo.

-Droga Shina! Esperava que isso pudesse ser apenas um mal entendido!

A distância ainda relativamente pequena entre os dois fazia com que a alta velocidade de Blazer mais parecesse um teletransporte e, no segundo seguinte, o cavaleiro dourado estava posicionado poucos passos à frente de Shina.

- Shina! Você esteve no santuário por tempo o suficiente para saber que não vai conseguir fugir de mim.



O cavaleiro dourado esperava por uma explicação, apesar de suas ordens, ainda daria à Shina uma chance para se explicar; mas não hesitaria em matá-la se ficasse comprovado que era mais uma das espiãs de Hades. Era bastante justo em seus julgamentos, mas também era inflexível quando chegava em suas conclusões.

Os tímidos raios de sol agora já encontravam dificuldade para penetrar a copa das árvores e iluminar o bosque, os poucos raios que ainda o faziam vinham junto com o farfalhar das folhas no vento suave que corria naquela planície; não demoraria para que o sol se escondesse por completo deixando com que a noite fosse iluminada apenas pela luz da lua e suas estrelas.

É, claro que ele era mais rápido. Mas a teimosia e a facilidade em fazer coisas arriscadas eram os traços mais marcantes da personalidade da amazona. Correr novamente dele não seria uma boa opção. Podia sentir pela forma com que ele se dirigiu à ela que provavelmente não seria fácil convencê-lo de que não havia ido contra o Santuário em momento algum, exceto por ter saído de suas dependências sem se reportar a ninguém:

-Mas que droga... Sempre que me afasto mandam um idiota dourado atrás de mim... Primeiro Aiolia quando estive no Japão, agora o Blazer? Será que eu sou tão perigosa assim?'

- Não estou fugindo de você, Blazer. Mas minha aprendiz Sansa está em algum lugar deste bosque e eu vim levá-la de volta o quanto antes... Mas fui atacada enquanto a procurava e não sei por quanto tempo permaneci desacordada. É só isso que aconteceu... Não estou traindo o Santuário, nem fazendo nada de errado. Só não quero precisar aguardar a liberação do Mestre que está sempre ocupado com outras coisas que ele considera mais importante, enquanto a minha menina arrisca sua vida. - Shina adotara uma atitude protecionista em relação à sua pupila, o que colocara sua própria vida em risco. Não queria que a garota, ainda em tenra idade, fosse submetida ás punições do Santuário e mesmo agora não sabia se a garota já havia retornado a salvo enquanto estava inconsciente ou se ainda estaria perdida. - Você pode voltar para seus afazeres, não sou uma ameaça.

Deu um passo para trás, esquivando-se novamente dele. Sabia que se Sansa não estivesse no Santuário e fosse obrigada a voltar junto dele, por certo diminuiria as chances de encontrar a garota viva e seria provavelmente exilada:

- Será que você poderia me dar licença? Cada segundo que eu perco com você pode ser crucial na busca pela minha discípula. A menos que ela tenha retornado a salvo enquanto estive desmaiada. Sabe me dizer se ela voltou?
Shina argumentou, mesmo sabendo que seria muito difícil ele se dobrar à sua oferta. Blazer era um dos mais fiéis cães de guarda do Grande Mestre e não era dado a transgredir regras como Shina fazia.

Blazer ouviu as palavras de Shina sem esboçar uma reação. De fato, ao ouvir as palavras de Shina lhe caiu a ficha que fazia também uns bons dias que não tinha notícias de Sansa e nem ouvia falar à respeito dela. O cavaleiro dourado se repreendeu mentalmente, assegurando-se que, caso Sansa tivesse sumido, o grande Mestre também já teria encaminhado alguém em procura da garota e a declarado como inimiga. A história de ter sido atacada parecia ter fundamento, pois no cabelo verde da amazona era possível ver gotas de sangue.

-Espero que ela não tente fugir de novo... se essa história for verdade, precisarei levá-la ao Grande Mestre para descobrirmos o que aconteceu.

Porém, seu receio começava à se transformar em realidade naquele momento. As palavras de Shina somados ao seu passo recuado na direção contrária eram suficientes para aumentar as suspeistas do dourado que prontamente ergueu seu braço direito em relação à Shina. Sua posição era bastante nítida e conhecida, estava em posição para lançar suas famosas agulhas escarlates, famosas pela dor excruciante que causava aos oponentes.

- Shina! Não dê mais nenhum passo. Estou autorizado pelo Grande Mestre à atacá-la se preciso for, para levá-la de volta; e acredite, não quero fazer isso.


Shina recuou novamente. Por sorte, a máscara escondia sua expressão transtornada por ter ouvido a afirmação de que ele usaria a força para levá-la de volta ao Santuário para que respondesse por sua falta. O punho com a manopla de serpente lhe veio instintivamente à frente do corpo, como se pudesse defendê-la do ataque:

- Cavaleiro... Será que os treinos físicos atrofiaram seu cérebro? Não vê que se eu for com você para ser julgada pelo Grande Mestre, corro o risco de não encontrar minha discípula viva? Cada segundo que perco contigo é um segundo que perco em minha busca! Eu já perdi Cassius, não deixarei que aconteça o mesmo com ela!

Esbravejou, em seguida dando as costas para Blazer, o que mostrava o pouco caso da amazona diante da ameaça do escorpiano:

- Volte e diga que não me encontrou, irei me entregar assim que eu encontrar Sansa.

Finalizou a serpente, caminhando na direção contrária do cavaleiro. No entanto, mantinha seus sentidos apurados e estava ressabiada, sabia que ele não iria aceitar quebrar uma regra com tanta facilidade.


Cavaleiros idiotas. Nunca sabem questionar, não sabem discernir certo do errado. Fazem o que mandam, sem nem pestanejar... Foi assim que esse imbecil destruiu a Ilha de Andrômeda e matou Albion, sob as ordens de um falso Grande Mestre... Animal.

Continua

(quero meu x5) !